quarta-feira, 3 de abril de 2013

Galerias Virtuais

Sem dúvida, a maioria dos sites que levam a designação "arte" na Internet são as chamadas galerias virtuais que normalmente disponibilizam em um mesmo site, várias obras de arte das mais diversas técnicas e materiais - pinturas, esculturas, objetos, instalações, entre outras - por meio de imagens fotográficas, desenhos ou ambientes virtuais. Geralmente estão ligadas a uma instituição da área - museus, institutos culturais, centros culturais e galerias de arte - ou a um profissional que seleciona um determinado número de trabalhos para constituir um portfólio online.

Organizaremos de início, os sites com essas características e seus respectivos criadores, dentro de três grupos distintos:


1.Sites de Instituições Culturais
2.Sites pessoais de artistas
3.Sites de internautas que admiram obras de arte.


No primeiro grupo - sites de instituições culturais - existe o intuito de divulgar o acervo de obras, as exposições que já aconteceram e aquelas que estão ocorrendo. Para tanto, o museu ou centro cultural, disponibiliza outros dados sobre a exposição ou artista em questão, normalmente de caráter biográfico ou crítico, como forma de ampliar o repertório do visitante e estimular uma visita ao espaço real da instituição.

No segundo grupo - sites pessoais de artistas - o interesse do artista é divulgar a sua produção pessoal, podendo até deixar disponíveis artigos que possam ser favoráveis na assimilação de sua obra. Normalmente, o currículo do artista - dados pessoais e exposições realizadas - também está presente no mesmo espaço.

Podemos ainda determinar um terceiro grupo, constituindo-se de sites criados por "amantes das artes" - pessoas que admiram o trabalho de um determinado artista ou movimento artístico - e que por essa admiração dá-se ao trabalho de selecionar obras por meio de fotografias de catálogos e livros de história da arte, digitalizar e colocar a disposição de outros internautas que possuam o mesmo interesse.


As instituições culturais que colocam a disposição do público que possui acesso a rede, trabalhos de arte de acervos e exposições já realizadas, na maioria das vezes cumprem um papel didático no campo da arte-educação: as seleções de imagens sempre seguem com um texto explicativo, descritivo ou crítico que auxiliam na assimilação das obras.

O Museu de Arte de São Paulo (MASP), visitado em abril de 2000, disponibiliza assim como a Pinacoteca de São Paulo (http://www.uol.com.br/pinasp - endereço off-line), site visitado em abril de 2000, grande parte das exposições temporárias acontecidas no espaço expositivo das instituições. Chamadas de "Mostras Virtuais", as exposições do MASP na Internet divide-se segundo o tema da exposição, conforme ocorreu no espaço do museu com textos de apoio e conforme a programação visual relacionada ao evento. A navegação entre as imagens selecionadas se dá por meio da divisão de páginas ou salas - assim como no site da Pinacoteca - que possuem em torno de cinco obras que quando clicadas individualmente têm a imagem ampliada e os dados relacionados. No site do MASP, além das exposições temporárias já realizadas, o internauta também tem acesso a parte do acervo digitalizado, num total de 120 obras entre pinturas brasileiras, européias e das américas - a exemplo de outros grandes museus do mundo, como o Museu do Louvre, em Paris - que disponibiliza o seu acervo via Internet.

Algumas instituições brasileiras partem para outras maneiras de navegar em exposições via rede, indo além da tradicional imagem reduzida clicável com maiores imagens e informações. O Paço das Artes e o Itaú Cultural, ambos da cidade de São Paulo, realizaram em 1999, a Exposição "Objeto Anos 90", que contou com várias exposições entre elas, "Porque Duchamp?" (http://www.ici.orb.br/EVENTO/objeto/paco1.htm - endereço off-line) realizada no mesmo ano no espaço do Paço das Artes. Diferentemente do que acontece em grande parte das obras divulgadas em sites de museus, aqui os trabalhos encontram-se fotografados na exposição propriamente dita e o que é mais interessante: o internauta dispõe de comandos próprios da página, voltar e avançar, para circular entre os trabalhos (na verdade, vê-se as imagens em seqüência). Também realizada no Paço das Artes, a exposição "Ao Cubo" , acessada em maio de 2000, de 1997, apresenta um outro diferencial: teve o espaço das obras totalmente transformado em um ambiente 3D criado em VRML (Virtual Reality Modeling Language) onde o internauta pode "caminhar" entre os trabalhos expostos e clicar em cada um deles para visualizar fotografias e informações. Sem dúvida, procura proporcionar uma experiência muito próxima do que seria a disposição espacial de cada trabalho e a relação visual entre eles.

O intuito de reconstituir no ciberespaço, a experiência de adentrar uma sala com trabalhos ou mesmo uma instalação de arte, além da VRML encontra outras soluções na rede: um exemplo é o site da XXIV Bienal de São Paulo (http://www.uol.com.br/bienal), realizada em 1998, que disponibiliza muitas imagens da exposição em 360 graus, chamadas de "Panorama", onde o internauta vê ao redor de um ponto central de algumas salas, tudo o que está a sua volta, podendo aproximar e afastar, acionando comandos no teclado. Assim como nas duas exposições realizadas no Paço das Artes, as imagens são do espaço montado com os trabalhos e em grande parte - mesmo aqueles que não são bidimensionais - a qualidade da reprodução é satisfatória.

Vermelho por todos os lados - O site da XXIV Bienal de São Paulo, oferece aos seus visitantes, além das tradicionais imagens fotográficas, a visualização de obras de arte através de um aplicativo em Java - Livepicture - onde é possível ver algumas salas da exposição em 360 graus. O efeito, chamado de "Panorama" possibilita além do giro em 360º, a aproximação e afastamento da imagem (zoom in e zoom out) para melhor assimilação de detalhes. Aqui, a instalação de Cildo Meireles, "Desvio para o vermelho" (1967-98), onde se encontram vários objetos, todos eles de cor vermelha. Disponível desde 1998, no seguinte endereço:http://www.uol.com.br/bienal/24flash/panorama/pano10.htm . Visitado em 07 de julho de 2005.

Artistas e seus sites de divulgação

Entre sites pessoais de artistas, encontramos uma série de semelhanças no funcionamento e navegação. Especialmente escolhidos por serem consagrados artistas contemporâneos brasileiros, os artistas plásticos Regina Silveira, Siron Franco, Leonilson e Thomaz Ianelli possuem sites hospedados no provedor brasileiro Universo On Line (UOL) onde disponibilizam informações e imagens. Embora entre eles exista uma grande diferença na produção artística - todos esses sites possuem uma série de características comuns.

Primeiro, existe a necessidade de dispor imagens que sejam representativas de um período do artista ou de toda a sua produção até o momento. No site da Regina Silveira, visitado em maio de 2000, a seleção de imagens se dá sob o link denominado como "Portfólio", onde encontra-se a produção mais recente - dos últimos dez anos - dentro de três categorias básicas: objeto, instalação e obras gráficas. Escolhendo uma categoria, o internauta é levado a uma página com pequenas imagens de todos os trabalhos da categoria com seus respectivos títulos. Por fim, ao clicar em uma dessas imagens, uma outra página se abre, com uma foto maior e dados completos do trabalho (título, material, tamanho, local e data). Já no site do artista plástico goiano Siron Franco, acessado em maio de 2000, uma seleção de imagens também está disponível sob o link "Obras". Diferentemente do site da artista Regina Silveira, aqui não há categorias segundo o tipo do trabalho e sim uma divisão por salas de exibição. A divisão de salas (indo do número 1 ao 11) é aqui utilizada como forma de agilizar a visualização de conteúdo, pois com um número reduzido de imagens por página, o carregamento dos dados acontece mais rapidamente. A designação de título e outros dados das obras só ocorrem ao clicar uma das imagens que reproduzem as pinturas do artista. Nosite do artista Leonilson - aqui o único realizado post mortem - acessado em maio de 2000, existe uma outra maneira de dispor a seleção de principais trabalhos: dentro de um texto da crítica de arte Lisette Lagnado, os trabalhos são disponibilizados por períodos de tempo. No texto, a produção do artista é divida em três períodos e pequenas imagens ilustrativas são os links para imagens maiores com reproduções das obras com dados técnicos (título, ano, técnica, dimensões e coleção a que pertence).

Além da dispor as imagens de seus trabalhos, os sites de artistas também podem possuir a função de divulgar eventos onde eles - os artistas - participam. Exposições, mesas-redondas e eventos em geral são colocados em uma lista que é atualizada periodicamente. No site de Regina Silveira, essa lista leva a designação de "Agenda" e no site do artista Siron, "Exposições". Além de ser um canal de divulgação, um site criado para a obra de um artista pode ser também um canal de esclarecimento do público por meio do correio eletrônico. Vários sites de artistas como Siron Franco e Thomaz Ianelli, colocam a disposição de todos, o endereço de e-mail pessoal para contato. Estaria a Internet encurtando distâncias também entre artista e público?
Nem artista, nem instituição.

No Brasil, o número de páginas de Internet que abordam trabalhos de artistas plásticos, não sendo dos próprios artistas e nem de instituições culturais é bem reduzido quando comparado com outros países. Normalmente, os criadores destes sites de Internet são admiradores de arte - seja por um ou vários artistas ou movimentos artísticos - e que com o intuito de conhecer outras pessoas com preferências artísticas semelhantes, selecionam um determinado número de obras e disponibilizam em um site pessoal na Internet. Em grande parte dos casos, esses sites não trazem somente os artistas preferidos como também outros assuntos como esportes, carros, música ou programas para download e não possuem grande embasamento teórico na elaboração de textos relacionados com a produção do artista. Salvador Dali, Van Gogh, Michelangelo, Leonardo da Vinci, René Magritte e outros artistas "populares" são os mais homenageados na rede, facilmente encontráveis em qualquer site de busca.

Sempre cabe mais um - o site Artchive, a exemplo de vários outros que possuem o mesmo tipo e volume de informação, cumpre um papel imprescindível para o estudo da história da arte: torna disponível inúmeras imagens de artistas e movimentos artísticos mais conhecidos desde os renascentistas aos modernos, organizadas em ordem alfabética. Não pode ser considerado uma galeria virtual convencional (apesar de possuir todas as características para tanto) já que seu intuito é didático, não existe uma intenção de apreciação de obras e tudo é voltado para o provimento de informações sobre os artistas. Como recursos, possui a visualização de determinadas obras em tela cheia e a possibilidade de ver sob diferentes tamanhos. Na figura, uma das páginas dedicadas ao artista Cornelis Escher, com a litogravura "Ascending and Descending" de 1960 e no frame localizado à esquerda, a extensa lista de nomes de artistas e movimentos artísticos disponíveis para consulta no site. Visitado no dia 02 de Maio de 2000, no seguinte endereço: http://artchive.com/ftp_site.htm .

Embora esses grupos de sites, apresentem inúmeras diferenças como os objetivos, números de obras expostas, presença de artigos e obras relacionadas, links com outros sites de arte e outras características individuais, todos eles partem de um mesmo princípio: fazer referência a um objeto de arte que se encontra fora da Internet e que existe independentemente da rede. Nenhum dos sites que aqui foram tomados como exemplo são sites de Web Arte - uma arte produzida especialmente para a Internet. Assim, tomamos por exemplo, a famosa Mona Lisa, de Leonardo da Vinci encontrada no - igualmente famoso - Museu do Louvre, em Paris e na Internet: é certo que ao encontrarmos no site do Louvre o conhecido retrato, não estaremos diante daquela obra e muito menos estaremos vendo um novo trabalho artístico. Trata-se somente de um registro fotográfico, que provavelmente foi digitalizado e disponibilizado na rede. E como toda reprodução fotográfica, existem várias perdas de informação que atrapalham a assimilação de algumas características da obra: quem já viu a Mona Lisa de perto garante que ela é normalmente imaginada muito maior do que é na realidade.


Do que ri Gioconda? - O museu mais conhecido do mundo disponibiliza inúmeras obras de diversos períodos históricos - desde conhecidas pinturas européias até o que foi produzido na antigüidade, pelos egípcios, gregos e orientais - em seu site na Internet em quatro idiomas (inglês, francês, japonês e espanhol) e gratuito a todos os internautas do planeta. O Museu do Louvre, também conhecido como "a casa da Mona Lisa", além de seu extenso acervo, também mostra roteiros de visitas em vídeo e vende ingressos na rede, mesmo para aqueles que não se encontram na França. Na figura, a conhecida Mona Lisa (1503-1506) de Leonardo da Vinci (1452-1519) com seus respectivos dados (nome completo do autor, nome da obra, data, dimensões e número no acervo) e breve texto explicativo, como é de praxe em alguns sites de museus virtuais. Disponível em http://www.louvre.fr . Visualizado em 11 de Maio de 2000.

Se é certo que as representações digitais de obras físicas não substituem as mesmas e nem podem ser consideradas como novos trabalhos artísticos, por outro lado, elas são imprescindíveis - assim como as publicações impressas - para a difusão (de informação) das artes para o grande público. Afinal, se são poucos os que tem acesso a leitura de publicações de arte, são pouquíssimos, aqueles que tem a oportunidade de conhecer os museus de todo o mundo.

Assim, os sites de divulgação, segundo a definição de Gilbertto Prado - as galerias, museus e exposições virtuais - funcionam basicamente como um canal de informação e divulgação, semelhante a todos os outros existentes na rede, tendo um diferencial de conteúdo: a necessidade de grande número de imagens. Diferentemente da Web Arte, aqui não temos trabalhos artísticos nem experiências que levam em consideração a linguagem do meio e sim somente referências a trabalhos que existem independentemente da Internet.

1 comentários:

Unknown disse...

तपाईं बोरिंग छन्

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